E aí, Chuchus! Tudo bem? Tão jogando muito Pokemón Go? Pegando muita Magikarp? Chutando Zubat por aí? Pois é, eu to.

   Mas não é por isso que eu estou aqui hoje. Venho falar de algo também muito controverso, que separou a opinião pública essa semana. E vocês já sabem o que é porque tá ali no título. Sim, outro post sobre filme!!

   Enfim, eu vou começar dizendo que gostei muito, tipo muito mesmo, tipo sério, achei muito bom, mas sei que meus motivos são completamente subjetivos. Entendo perfeitamente quem não gostou do filme porque o enredo foi meio ???? e a edição foi bem ?!?!?!?!, mas eu vou entrar nesses méritos mais pra frente.

   Minhas expectativas quanto ao filme eram mistas, e nem era por causa das críticas.

   Primeiro por causa dos trailers. Eles eram muito bons, tipo muito foda mesmo, mas o mais legal deles era a edição e a sincronia com a trilha sonora, e isso não aconteceria no filme. Seria repetitivo, porque o trailer já fez isso, mas ao mesmo tempo era o que tinha me animado mais assistindo os trailers. E eu também achava que aquelas músicas não estariam no filme, mas estava enganada. Mas vou falar sobre isso mais pra frente.

   Outro motivo que me deixou com os dois pés atrás foi o diretor. Ano passado, muita gente tinha ficado animado com ele na direção do filme por causa de Corações de Ferro, filme de guerra que David Ayer tinha dirigido e que foi muito aclamado pela crítica e pelo público. Então eu fui assistir, e não curti nem um pouco. Tecnicamente o filme é muito bom, e tem uma história muito boa, mas os personagens me incomodaram MUITO. Eles não tinham consistência nenhuma, faziam apenas aquilo que o enredo precisava que eles fizessem naquele momento pra história seguir em frente.

   De certa forma, David Ayer fez o oposto em Esquadrão Suicída, e eu achei isso muito melhor.

   Não sou assídua, mas li muitas das HQs do Esquadrão, então eu estava bem preocupada com a caracterização dos personagens. E depois de ver um filme onde os personagens não tinham nenhuma, fiquei bem assustadinha. Mas o que eu tomei quando assisti o filme foram dois tapas na cara.

   Os personagens são muito parecidos com os quadrinhos. Alguns desses personagens, como El Diablo (um dos meus personagens favoritos dos quadrinhos, e que ficou PERFEITO no filme) e Killer Croc, ainda não tinham sido adaptados pra nenhuma outra mídia além dos quadrinhos, ou tinham sido adaptados mas não tiveram nenhuma chance de se desenvolver. O que contrasta com os heróis mais conhecidos da DC, como Batman, Superman, Mulher Maravilha e The Flash que tiveram filmes, séries, séries animadas, filmes animados, etc, etc, etc, e por isso tiveram várias versões de si mesmos. Os filmes sempre foram o mais longe dos quadrinhos. Por isso o meu medo quanto a adaptação deles.

   Mas o filme teve, na minha opinião, algumas das melhores adaptações de personagens dos quadrinhos. E não só isso, no filme eles tiveram um desenvolvimento muito bom, que fez com que o laço que eles criaram durante o filme ser muito real. Esse, pra mim, devia realmente ser o intuito do filme.

   E isso também não teria acontecido se não fosse o elenco. Todo mundo, repetindo: todo mundo, foi incrível nesse filme. Foi tudo redondinho, ações e reações, frases de efeito, conversas. Tudo no lugar certinho. Tinha muito dedo do David Ayer, que é conhecido mesmo por manter isso tudo sob controle (e também por ter um processo de preparação de deixar qualquer um louco), mas o elenco tem muito mérito. Especialmente Margot Robbie, que não interpretou a Harley, ela foi a Harley.

**E quero fazer aqui um pequeno adendo: naquela cena em que a Enchatress mostrou ao pessoal o que eles mais desejavam, Harley viu ela mesma tendo uma vida normal, casada com o Coringa, com dois filhos. Isso mostra que ela ama sim o Coringa, o que nunca foi questionado, mas que ela não ama aquela vida. Ela não gosta de brigar com ele, não gosta de ser manipulada, usada e descartada. Ela só quer uma vida normal com ele. E isso é triste pra caramba quando você para pra pensar que ela nunca vai ter isso porque o Coringa é um FILHO DA PUTA MANIPILADOR PSICOPATA QUE TRATA A HARLEY COMO PROPRIEDADE DELE PRA FAZER O QUE ELE QUISER. OS DOIS NÃO SÃO UM CASAL ROMÂNTICO. HARLEY SOBRE ABUSOS. E NÃO É PORQUE ELA AMA ELE – SIM, ELA AMA ELE – QUE ELA QUER FICAR COM ELE DESSE JEITO – PORQUE NÃO, ELA NÃO QUER FICAR COM ELE DAQUELE JEITO. NÃO DÁ PRA COMPARAR O QUE ELE FAZ COM ELA, PORQUE ELE TEM TODO O CONTROLE SOBRE ELA, ENQUANTO ELA VIVE À MERCÊ DO QUE ELE QUER E DO QUE ELE QUER QUE ELA FAÇA. #StopRomantizaçãoDoCoringaEDaHarley2k16**

   Jay Hernandez, que interpretou El Diablo, também fez um trabalho excepcional. Quem não conhece dos quadrinhos pode não ter se impressionado com ele, mas o que ele fez no filme foi perfeito. Foi distante, vulnerável, mas mostrou o quanto se envolveu com o resto do esquadrão.


   Will Smith como Pistoleiro também caiu como uma luva. Tive um pouco de medo quando ele apareceu em todos os lugares sem a máscara, porque ela é meio importante pra ele nos quadrinhos, mas realmente teria sido muito difícil desenvolver o personagem sem ver o rosto dele. E Will Smith é um ator do caralho.

   Joel Kinnaman (conhecido anteriormente como Robocop) também foi muito bom como Rick Flag (outro personagem que mora no meu coração), e gostei de como a relação dele com a June (aka Enchantress aka Cara Delevingne aka modelo pouco conhecida por sua carreira como atriz). O único problema é que todo o desenvolvimento foi feito à base de flashbacks, e os flashbacks foram um problema durante o filme. Grande parte desse desenvolvimento caiu sobre os ombros do Joel Kinnaman, mas ele fez um trabalho muito bom.

   Viola Davis também estava muito boa como Amanda Waller. Porque afinal, é a Viola Davis Rainha da Porra Toda.

**Gostei particularmente que, no fim, foi tudo culpa dela, porque isso é a essência dos quadrinhos: Amanda fode tudo, e o Esquadrão tem que arrumar. E isso dá errado também, e todo mundo acaba fodido. Bem fiel.**

   Killer Croc também merece destaque, porque a maquiagem dele estava incrível. Aliás, maquiagem e efeitos especiais estavam muito bem. A transformação da Enchantress foi muito bem feita, **o exército criado por ela também,** a maquiagem e figurino da Harley foram muito bons, as tatuagens do El Diablo **e a luta entre dois deuses pagãos no fim foi a melhor sequencia de ação do filme**.

   Já o Coringa... Vou deixar pra falar no fim.

   Falando sobre os pontos negativos, o primeiro é o enredo. O filme não tem uma história muito boa, e a maior parte do que eu vou escrever vai ser spoiler.

**Ela se repete demais: primeiro eles precisam resgatar a Amanda Waller, depois que salvam ela eles precisam salvá-la de novo quando o helicóptero cai, e depois eles tem que salvar ela novamente quando Enchantress a captura. Isso ficou muito repetitivo e o filme que parece que não saiu do lugar. Sei que isso também acontece nos quadrinhos: eles tem um plano, mas tudo dá errado e quando eles tentam arrumar, dá mais errado ainda. Normal. Mas o filme fez isso vezes demais, e do mesmo jeito mais de uma vez.

E quando reclamam que, no fim das contas, foi tudo culpa da própria Amanda Waller, eu não acho isso ruim. Esse é o maior problema do Esquadrão: na maioria das vezes o que mandam pra impedir o fim do mundo acaba trazendo o fim do mundo mais próximo.**

   Isso é um reflexo da falta de trabalho no roteiro. David Ayer se preocupou mais em trabalhar os personagens, e acabou negligenciando a história. Particularmente, prefiro personagens mais desenvolvidos, principalmente quando eles são fieis como foram no filme. Mas ainda assim, no meio do filme já dá uma sensação de “já vi isso antes”. E viu mesmo, foi 10 minutos atrás.

   Uma reclamação que eu tenho é com a edição. Isso afetou principalmente os flashbacks. Quando você tem grande parte do personagem sendo apresentado e desenvolvido por flashbacks, eles precisam ser bem feitos. Algumas cenas que aparecem no trailer, e que te fazem pensar “uaaau, qual será o contexto disso no filme??” na verdade não tem contexto nenhum. Algumas cenas parecem ser bem interessantes, mas a edição fez com que elas ficassem confusas. Outras cenas, também, pareciam mais imagens ou GIFs de tão rápidas, e tão aleatórias no filme que era difícil saber quando exatamente aquelas coisas estavam acontecendo. Principalmente o Coringa. Ai, ai, o Coringa.
   Outra coisa que eu acho que atrapalhou um pouco foi a música. São as mesmas que tocam durante os trailers, e elas acabam distraindo muito durante o filme. Principalmente 7 Nation Army. Essa música me impediu de prestar atenção em qualquer outra coisa.

   E ainda tem um ponto que é meio spoiler:

**O Flash. Ele voltou no tempo pra pegar o CAPITÃO BUMERANGUE??? Logo ele??? Não foi nem o Pistoleiro. Pra que??? Ele é a chave pra algo??? Porque no filme, ele não foi nem um pouco importante.**

**O filme se passou, tirando flashbacks, em 1 dia, mas MUITAS pessoas foram transformadas pela Enchantress, e essas pessoas estão MORTAS. O pior: as famílias dessas pessoas nunca vão ficar sabendo o que aconteceu com elas. Se a Amanda Waller matou pessoas que trabalhavam com ela só porque viram o que não deviam, imagina o que ela vai fazer com civis que estavam no lugar errado e na hora errada, e que acabaram sendo pegos por algo que ela foi responsável não tão indiretamente? Espero que isso seja pelo menos comentado em algum filme futuro.

E outra: se criaram o Esquadrão porque as missões seriam perigosas demais pra mandar uma equipe militar pra lá, por que diabos o Rick aparece lá com uma equipe militar??? Eles provavelmente riveram mais falas que a Katana! E mais uma: se a Enchantress quebrou a bomba, como ela funcionou tão facilmente depois? E a ultima: o que os jornais disseram que estava acontecendo por lá?? Mas né.**

   E por ultimo, o Coringa.

   Ah, o Coringa. Cadê o Coringa? Porque aquilo no filme não é ele.

   A culpa não é 100% do Jared Leto, mesmo ele tendo dado mais motivos que o suficiente pra me fazer odiar o personagem no filme. O nível de babaquice, que ele tentou desculpar com ”ser ator de método” ou “o Coringa me deixou louco”, extrapolou muito o aceitável. Principalmente quando o que vemos em cena não é um Coringa necessariamente perturbado, mas um gangster chefe de quadrilha.

   A construção feita foi interessante, mas pra um personagem diferente. E a construção é feita com o diretor, o ator, toda a equipe. Então se o resultado não foi bom, todos eles são culpados.

   Acho que a intenção foi fazer um Coringa instável, que fizesse com que seus movimentos fossem imprevisíveis, mas o máximo que conseguiram foram um “I’m So Random XD #rawr”. E ainda temos a pérola: ele foi inspirado no David Bowey. Nas minhas bolas, só se for.

   Espero que ele melhore. Espero que daqui pra frente, ele seja mais Coringa e menos MC Guimé. Pelo menos as tatuagens dele me incomodaram menos do que eu achei que fossem. Tirando aquela de boca na mão. Pelo amor de Deus. Pra que??

  

   Essas foram as minhas impressões sobre o filme, baseadas somente nas minhas opiniões. Eu já tinha visto muitas críticas negativas sobre ele e tinha perdido completamente a vontade de assistir, mas fiz uma força e vi que, no fim das contas, o que importa é o que VOCÊ achou do filme. Então foda-se IMDb ou Rotten Tomatoes ou o caralho a quatro. Assista ao filme antes de começar a despejar as opiniões dos outros, porque aí as opiniões que você vai ter vão ser suas. E se for pra começar treta na internet, é melhor que seja com a sua própria opinião sobre algo que você viu, do que com as opiniões de outra pessoa sobre algo que você nem conhece. Né non?